A falta de público não diminuiu o último adeus ao príncipe Filipe, numa cerimónia marcada por uma forte influência militar, por um cortejo emotivo e pelo reencontro de dois irmãos que não se viam há mais de um ano. O funeral real — e não de Estado, a pedido do próprio duque de Edimburgo — aconteceu integralmente nos terrenos do Castelo de Windsor, interdito a multidões curiosas, e contou apenas com 30 convidados, um número bem longe dos 800 inicialmente planeados.
Apesar da pandemia, e do elevado policiamento nas ruas, ainda foram várias as pessoas que se amontaram junto às grades que delimitavam a entrada no recinto para, de alguma forma, estarem presentes no momento da despedida. Nos relvados de Windsor, deixaram flores e tributos ao consorte de Isabel II. A rainha, por sua vez, surgiu isolada, votada, aos 94 anos, à posição de viúva. Entre salvas de canhões, música e semblantes emocionados, a família e o mundo despediram-se de Filipe.
Por volta do meio-dia de sábado, 17 de abril, dezenas de elementos da King’s Troop Royal Horse Artillery percorriam a avenida que dá acesso ao Castelo de Windsor, conhecida como a Long Walk e, mais de uma hora depois, os grupos militares convocados para a cerimónia iniciavam as atuações musicais, com o som dos tambores e dos instrumentos de sopro a propagar-se no ar. Pelas 14h, centenas de militares rumaram ao castelo.
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Ao todo, na cerimónia inteiramente dedicada a Filipe, foram cerca de 700 — incluindo elementos da Marinha Real, dos Fuzileiros Navais Reais, dos Guardas Granadeiros, dos Espingardas Gurkha Reais, do Corpo de Inteligência, da Força Aérea Real e dos Highlanders. Reunidos no grande pátio relvado do palácio, prestaram uma última homenagem ao duque, que tanta questão fez de incluir honras militares na hora do derradeiro adeus. O momento incluiu Bach, minutos antes do arranque do cortejo fúnebre.
Ainda depois disso, assistiu-se à chegada da carruagem que pertenceu ao próprio duque de Edimburgo. Sobre o banco, pôde ver-se a boina e as luvas outrora usadas pelo príncipe. A carruagem foi conduzida por dois póneis: Notlaw Storm e Balmoral Nevis, ambos da raça Fell, atualmente ameaçada (o segundo foi criado pela rainha). O simbolismo teve razão de ser, até porque Filipe começou a investir na condução de carruagens aos 50 anos e a participar em competições em 2003. Mesmo depois de se ausentar do circuito profissional, continuou a conduzir a sua carruagem pelas propriedades reais.
O cortejo arrepiante, o reencontro de irmãos e uma rainha sem o seu duque: a emocionante despedida de Filipe - Observador
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