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Tuesday, April 27, 2021

Óscares 2021. Zoom proibido, vencedores (in)esperados, sofás azuis, um Prémio Humanitário e alguns recados - Expresso

Houve grandes figuras do cinema em destaque — ou não tivesse o Óscar de Melhor sido entregue a Anthony Hopkins —, espaço para novos talentos e nomes desconhecidos do grande público. Não faltaram premiados que já se esperava serem destacados e algumas surpresas. Mas desengane-se quem julgar que esta foi uma noite igual às demais. Não o foi.

Da escolha do local à importância da diversidade (o #OscarSoWhite desapareceu de vez), sem esquecer as mudanças na própria gala, são várias as alterações feitas pelos responsáveis pelos Óscares. É nelas que nos centramos:

A ESCOLHA DO LOCAL

É impossível ver os Óscares deste ano sem sentir a falta do glamour do Dolby Theatre. Ele foi usado em certos momentos, é certo, mas não foi lá que a festa se fez. Pela primeira vez em muitos anos, o majestoso morador de 6801 Hollywood Blvd deu lugar à Estação Central de Los Angeles. A escolha esteve ligada à pandemia, mas não apenas pela inexistência de condições para reunir um número tão elevado de pessoas no mesmo local.

Após um ano negro para a história mundial e norte-americana (3 102 588 mortos pela covid-19 à escala global, 571 471 nos EUA), a organização optou por uma cerimónia mais sóbria (não foram esquecidos os nomes de quem perdeu a vida também para a covid-19). Celebrou-se o cinema, sim, sem que o brilho ofuscasse demasiado e chocasse com a emergência sanitária que ainda se vive em todo o mundo.

Mas isso não quer dizer que a Los Angeles Union Station se tenha apresentado tal como a conhecemos hoje: houve um enorme trabalho de produção para naquele espaço se tornasse possível uma entrega de prémios da Academia. Foi num ambiente que remetia para os anos 1940 e 1950, com grande sofás aveludados em tom de azul, que os nomeados e respetivos convidados assistiram à gala (alguns sem esconder o ar de enfado).

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A GALA

Depois de um ano de chamadas no Zoom, que entraram de rompante na vida de todos — do trabalho aos momentos familiares, passando até pela informação e pelo entretenimento —, a Academia não queria fazê-lo. Os nomeados deviam estar presentes em Los Angeles, era o ideal, mas caso isso não fosse possível devia haver uma equipa de filmagens nos locais escolhidos por estes para acompanhar a cerimónia. Foi exatamente o que aconteceu, fazendo desta uma gala mais global do que em qualquer ano.

Não é a única mudança estrutural, num ano em que os responsáveis pelos Óscares parecem ter descido à terra. A atribuição de um Prémio Humanitário — nascido na década de 1950 mas atribuído apenas em situações muito especiais — está a ser vista com verdadeiro interesse. Mais do que levar os galardões para lá das categorias artísticas e técnicas que todos nos habituámos a ouvir ano após ano, é a prova de que Hollywood tem a responsabilidade de usar a sua influência para o bem comum. Tyler Perry, ator de comédia, realizador e argumentista, foi o escolhido pela sua atividade filantropa junto dos mais desfavorecidos.

"Os Óscares 2021 reagem à realidade. Na América, é com violência que ela se escreve", defendeu o crítico do Expresso Francisco Ferreira. E tem toda a razão ao dizê-lo. Terá sido por o mundo ter estado parado que a própria gala perdeu o ritmo?

Talvez contar com um anfitrião tivesse ajudado a que a transição do Dolby Theatre para a Estação Central de Los Angeles fosse mais suave, mas até isso pode revelar uma vontade de não personalizar uma gala que se quis de todos.

A DIVERSIDADE

Ter Chloé Zhao a vencer na categoria de Melhor Realização, primeira asiática e segunda mulher a consegui-lo em toda a história dos Óscares, já era sinal bastante de mudança. A própria categoria foi apresentada por Bong Joon-ho (vencedor por "Parasitas" no último ano), a partir de Seul. mas a Academia não se ficou por aqui e continuou a premiar de olho na diferença ao longo da noite.

Prova disso é ter “Dois Perfeitos Estranhos” na categoria de Melhor Curta-Metragem. No discurso de agradecimento, o realizador Travon Free (que partilha o Óscar com Martin Desmond Roe) lembrou que a violência policial vai continuar — "amanhã a polícia vai voltar a matar três pessoas" — mesmo depois de um filme sobre a mesma ter vencido um prémio desta envergadura. Palavras fortes numa noite em que o mundo estava a ouvi-lo.

Já a sul-coreana Yuh-Jung Youn, que venceu na categoria de Melhor Atriz Secundária por “Minari” — Glenn Close, nomeada por “Lamento de uma América em Ruínas”, voltou a perder mesmo depois de oito nomeações — foi uma das mais divertidas vencedoras da noite. Começou por dizer que mal acredita estar perante Brad Pitt, reconheceu que não é "melhor do que Glenn Close" e até agradeceu aos seus dois rapazes, que a fazem levantar-se para trabalhar a cada dia. Várias notas de humor da atriz, numa gala carregada onde parece ter faltado o humor.

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