O título português que foi dado a “First Cow” fala-nos da “primeira vaca da América” e, piada à parte, este é um chamariz no mínimo deslocado. É que o filme de Kelly Reichardt passa-se em 1820 e, nessa altura, vacas nos Estados Unidos já se contavam às dúzias... de manadas. Foram os espanhóis que as levaram uns 300 anos antes para o Novo Mundo e as desembarcaram no que é hoje o México — sejamos claros com a história porque este filme merece esse rigor. Não, aquilo de que nos fala Kelly Reichardt é da suposta primeira vaca que chegou, isso sim, ao Oregon County — região montanhosa a norte da Califórnia, então inóspita, quase selvagem no tempo em que o filme decorre.
E há aqui uma diferença muito grande. “First Cow” adapta uma secção específica da novela “The Half-Life”, de Jonathan Raymond, colaborador regular da cineasta e argumentista de quase todos os seus filmes desde “Old Joy”. E convém recordar que Kelly, nascida e educada na Florida (o seu filme de estreia, “River of Glass”, ainda foi rodado entre Miami e os Everglades), se instalou em Portland, a capital do Oregon (tal como antes dela o fez Gus Van Sant). Todos os seus filmes (salvo o recente “Certain Women”) estão diretamente ligados àquele território.
Artigo Exclusivo para assinantes
No Expresso valorizamos o jornalismo livre e independente
Comprou o Expresso?
Insira o código presente na Revista E para continuar a ler
“First Cow”, de Kelly Richardt. Um dos maiores filmes americanos dos últimos tempos - Expresso
Read More
No comments:
Post a Comment