Rechercher dans ce blog

Sunday, August 29, 2021

Fiéis de Vilar de Mouros não faltaram à festa dos 50 anos - Jornal de Notícias

A música voltou a Vilar de Mouros, 50 anos depois da primeira edição do festival que trouxe Elton John e U2, entre tantos outros nomes, à aldeia do Alto Minho. A festa dos 50 anos do Festival Internacional de Música Moderna, como se chamava na década de 1970 o evento, não aconteceu no formato tradicional, mas antes numa série de quatro espetáculos com David Fonseca à cabeça e lotação de 400 lugares.

O melhor, no entanto, estava cá fora, onde muitos festivaleiros aproveitaram a data para rumar à aldeia mais roqueira de Portugal, numa espécie de peregrinação que faz do fim de semana de festival um 13 de maio para quem o frequenta há mais de duas décadas.

Um dos peregrinos é Franklim Fonseca, do Porto, que ia no segundo dia de acampamento. De cabelo branco comprido, óculos de sol, casaca de ganga e t-shirt da edição de 2000 (com Sonic Youth e Iron Maiden), Franklim é uma espécie de decano de Vilar de Mouros. "Em 71 e 82 não vim, mas depois não falhei um."

Na mesma mesa, a acompanhar umas solarengas moelas e minis, estava Francisco Carneiro, t-shirt metaleira da edição de 2006 com Sepultura e Cradle of Filth, e Sónia Sousa. Juntam-se todos os anos no festival sem combinar e multiplicam histórias de momentos ali passados. "Temos de marcar presença, nem ligamos a dizer que vimos", confirma Franklim, com dois bilhetes na mão.

Junto ao recinto, André Santos e Mariana Pinto, também do Porto e com casa em Vilar de Mouros. A última vez que vieram foi em 2018. "Foi Incubus, foi muito bom", recorda Mariana. Tentaram arranjar bilhete para este ano pois a pequena Leonor queria dançar, "mas já estavam esgotados", refere André.

à boleia desde coimbra

Ao lado passava António Fonseca, 68 anos, de Coimbra. Na primeira vez que foi a Vilar de Mouros tinha 19 anos, precisamente em 1971. "Vi Elton John, Pop Five, Quarteto 1111 e essa rapaziada toda. Hoje tive de cá vir só para olhar para isto", diz, com as lágrimas a fugir, enquanto a memória viaja até 1971. "Foi uma aventura de Coimbra até aqui. Dois dias à boleia, eu e um amigo, chegámos aqui e estava tudo fora do sítio, não havia espaço para ninguém. No rio havia gente a tomar banho, as vaquinhas ali a fazer companhia e a GNR a tentar fechar tudo."

Nesse ano, a música durou até às quatro da madrugada "e depois o pessoal ficou no recinto até de manhã, uns a dormir e outros a curtir", diz António, orgulhoso, que acrescenta: "Desde que a pandemia começou, é o primeiro sítio para onde saí. Não fui a mais lado nenhum, mas tinha de cá vir". Elza Lourenço, a esposa, aceno em concordância.

Hoje, no mesmo local da aldeia onde atuaram os U2 em 1982, as honras de abertura foram entregues a Bunny Kills Bunny. O ritmado duo de Ricardo Coelho (Loto, Cavaliers of Fun) e Joana Pena estreou a pop eletrónica que surgiu como resposta criativa à quarentena do início da pandemia: "Houve malta que fez exercício, houve malta que cozinhou, nós fizemos uma banda", disse Ricardo.

À hora do fecho desta edição, a banda do filme "Variações" já tinha o recinto na mão e o ambiente aquecia, muito à boleia dos temas conhecidos e do excêntrico Sérgio Prata, que tão bem encarna António Variações.

Adblock test (Why?)


Fiéis de Vilar de Mouros não faltaram à festa dos 50 anos - Jornal de Notícias
Read More

No comments:

Post a Comment

Rafael e Miguel tentam descobrir o motivo da história do «gato» ter dado confusão - TVI

No Big Brother – Desafio Final, Miguel Vicente iniciou a manhã com uma missão para todos: «Salvar o gato» e repetiu diversas vezes a histór...