Após anos de polémica, a princesa Mako do Japão vai casar-se neste mês com o noivo, abdicando dos tradicionais rituais de casamento e do subsídio que as mulheres da família real recebem quando se casam com plebeus. "A princesa Mako vai casar-se a 26 de outubro", disse um responsável da Agência da Casa Imperial à AFP, acrescentando que "a cerimónia de casamento, o banquete da receção e outros rituais tradicionais não serão realizados e o pagamento não será feito".
A sobrinha do imperador Naruhito e filha do príncipe herdeiro Akishino está noiva desde 2017 do antigo colega da universidade Kei Komuro. Mas o casamento, inicialmente apontado como um conto de fadas, acabou envolto em polémica e adiado, com a agência a dizer que a princesa sofre de stress pós-traumático por causa da cobertura mediática. Não é a única. A tia, a imperatriz Masako, também teve problemas mentais por causa da pressão para ter um herdeiro do sexo masculino - só teve uma filha.
As regras da sucessão da família imperial japonesa ditam que Mako, que tem 29 anos como o noivo, vai perder o título de princesa após o casamento. Mas, apesar disso, Komuro ficou debaixo dos holofotes dos media, tendo vindo a público que a mãe não teria pago o dinheiro que pediu emprestado a um antigo namorado e que a família teria problemas financeiros.
Depois de um tabloide ter feito eco das acusações, gerou-se um furor em redor do jovem casal, que adiou o casamento. Komuro mudou-se entretanto para os EUA para estudar Direito, num gesto que foi visto como uma tentativa de afastar a atenção negativa.
No ano passado, o príncipe herdeiro Akishino disse que apoiava o casamento da filha, mas que ela precisava de ganhar a "compreensão" do público. Contudo, o casal parece ter decidido que já esperou o tempo suficiente, devendo mudar-se para Nova Iorque depois do casamento. Komuro regressou ao Japão no início desta semana, tendo causado novo furor devido ao facto de ter surgido com o cabelo mais comprido, apanhado num rabo-de-cavalo. O noivo está a cumprir a quarentena obrigatória de 14 dias por causa da covid, com os media japoneses a dizer que o casal deve reunir-se pela primeira vez em quase três anos depois de terminado o prazo, a 11 de outubro.
Mako será a primeira princesa, desde a II Guerra Mundial, a abdicar dos tradicionais ritos de casamento e do pagamento de cerca de 1,1 milhões de euros. A polémica em torno do casamento e a decisão de ambos irem viver para os EUA originaram comparações com outro casal real: o britânico príncipe Harry e a atriz norte-americana Meghan Markle. As notícias do casamento têm estado nas primeiras páginas, com edições especiais dos jornais para assinalar o anúncio.
Mas, online, as opiniões dividem-se entre os que a apoiam e os que a criticam. "Parabéns. Membros da família imperial devem ter o direito de decidir sobre as suas vidas", escreveu um utilizador do Twitter. Outros criticam o momento do anúncio, dizendo que não é inocente. Mako é irmã do príncipe Hisahito, de 15 anos, o único herdeiro masculino depois do pai. As tentativas de alterar a lei da sucessão ao Trono do Crisântemo têm embatido na rejeição dos setores mais conservadores.
Princesa Mako vai casar-se após anos de polémica com o noivo e deixar a família imperial - Diário de Notícias - Lisboa
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