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Sunday, June 26, 2022

José Cid no Rock in Rio Lisboa: foi rock, foi canções de amor, foi Brasil entre Vénus e Marte e tudo o que mais lhe apeteceu - Expresso

A imprevisibilidade de José Cid é sempre um grande argumento num concerto seu. E este, que era especial, tal como o próprio anunciava “um dos melhores concertos do ano”, teve uma boa dose dela ao longo das duas horas de duração. Do alto dos seus 80 anos, serviu à multidão que não arredou pé depois de encerradas as atividades no palco principal do Rock in Rio Lisboa um verdadeiro banquete de sucessos. Em 2019, em entrevista ao Expresso, o músico sugeriu ao festival que substituísse Ivete Sangalo (ou “Odete Sem Galo”) por um espetáculo do seu álbum “10.000 Anos Depois Entre Vénus e Marte”. Pois bem, houve lugar para ambos: Sangalo e Cid, com uma semana de diferença, cantaram no Parque da Bela Vista. E da parte dele ouviu-se mesmo ’10.000 Anos Depois Entre Vénus e Marte’, a canção, entoada com a ajuda da plateia.

Começando o concerto com “vivas ao rock and roll português” e elogios aos Xutos e Delfins pelo caminho, Cid partiu numa viagem por um percurso musical com mais de 60 anos. A jovialidade de ‘A Minha Música’, a história de ‘No Dia Em Que o Rei Fez Anos’, dos seus Green Windows, uma ‘Cabana Junto à Praia’ servida numa versão “de discotecas suburbanas” (“os tempos mudaram, a cabana mudou”) que casou com ‘Um Grande, Grande Amor’, já seriam argumentos suficientes para deixar a multidão fora de si, mas havia mais, muito mais, para explorar. ‘De Mentirosos Está o Cemitério Cheio!’ chegou numa versão “dedicada” aos ditadores, “pessoas horrorosas que têm de ser desmascaradas” (no ecrã, sucediam-se imagens de, entre outros, Putin, Hitler ou Hussein). No final um “e viva a Ucrânia” que, momentos mais tarde voltaria a ouvir-se.

Acompanhado em palco pelo seu “irmão mais novo”, Tozé Brito, recuaram juntos até ao Quarteto 1111 para ‘A Lenda de El-Rei D. Sebastião’ – com direito a abertura de gaita de fole por Amadeu Magalhães -, seguiram com os Green Windows de ‘Vinte Anos’ (com aplausos para Júlio Isidro pelo meio) e terminaram com uma versão inesperada de ‘Amanhã de Manhã’, “a canção mais assumidamente pop da música portuguesa” escrita por Tozé Brito para as “queridas e saudosas” Doce. Euforia generalizada. Novamente sozinho, sempre bem acompanhado pela sua banda, regressou em força, e de voz rasgada, ao rock com ‘Menino Prodígio’ e, momentos mais tarde, com ‘Rock Rural’: “o rock português começa em 1968 com este tema”.

‘Cai Neve em Nova York’, ‘Coração de Papelão’, ‘Ontem, Hoje e Amanhã’, ‘Como o Macaco Gosta de Banana’ foram outros sucessos que encontraram eco no coro que se avolumou entre a multidão, mas houve ainda tempo para uma “homenagem à música brasileira que me ensinou a cantar em português”, personalizada numa versão de ‘Você e Eu’, de João Gilberto e Tom Jobim. “Eu estou a adorar estar aqui. É um dos grandes concertos da minha vida”, disse Cid, às tantas, agradecendo o convite do festival. Reservadas para o final, depois de uma homenagem sentida à Ucrânia, com a presença em palco de cidadãos ucranianos, ficaram ‘Vozes do Além’, do álbum com o mesmo nome editado no ano passado, e “a estreia oficial e mundial do novo single, que vai sair em setembro”, sobre “as noites de Lisboa”, escrito em parceria com Mário Mata. Se foi “um dos melhores concertos do ano” não sabemos, até porque não vimos todos, mas que foi uma festa bonita, foi.

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