A música faz parte da vida de Maro desde sempre. Filha (e neta) de uma professora de piano e de um apaixonado pela guitarra, a artista que venceu este sábado o Festival da Canção, e cujo verdadeiro nome é Mariana Secca, começou a estudar piano com apenas 4 anos, mas só aos19 percebeu que queria dedicar-se às canções a tempo inteiro. Deixando de parte a ideia de seguir o curso de medicina veterinária, candidatou-se à reputada escola de música Berklee, em Boston, nos Estados Unidos - de onde saíram nomes como St. Vincent, John Mayer ou Diana Krall e onde estudou também Luísa Sobral -, e foi lá que completou a sua formação, em 2017, partindo depois para Los Angeles onde gravou, no ano seguinte, cinco discos de rajada (um deles, assinado a meias com o músico de jazz Manuel Rocha).
Foi ao partilhar a sua música em plataformas digitais que começou a recolher elogios de artistas como Tracy Chapman ou Justin Timberlake e que chamou à atenção do jovem músico inglês Jacob Collier, que prontamente a convidou a seguir em digressão consigo, integrando a sua banda como vocalista e instrumentista, e com quem gravou a canção ‘Lua’. Percorreu o mundo a tocar com Collier e outros artistas, durante o ano de 2019, e passou a integrar a lista de artistas agenciados pela empresa de management do lendário músico e produtor Quincy Jones, que ao longo de mais de 60 anos trabalhou com nomes como Louis Armstrong, Ray Charles, Frank Sinatra ou Michael Jackson. Em 2020, regressou a Portugal, devido à pandemia, com a ideia de editar um novo álbum e, no ano passado, editou uma mão-cheia de singles com o colega de curso Nasaya, reunidos no EP “Pirilampo”. Entretanto, aceitou o desafio de compor uma canção para o Festival da Canção 2022, que acabou de vencer com o tema ‘Saudade, Saudade’.
Elege como influências artistas tão díspares quanto Elis Regina, Rui Veloso, Pablo Alborán ou Justin Bieber e assume que, apesar dos 14 anos de conservatório de piano, é uma cantora autodidata. Entre as centenas de vídeos que partilhou no YouTube de há cinco anos para cá, ouvimo-la a cantar ‘Hotline Bling’ de Drake, ‘Perdóname’ de Pablo Alborán ou ‘It Don’t Mean a Thing’ de Duke Ellington. Em 2020, durante o confinamento, deu início a um projeto intitulado “Itsa Me, Maro!” composto por duetos virtuais, à distância, com, entre muitos outros, Eric Clapton, Mayra Andrade, Maria Gadú, António Zambujo, Sílvia Pérez Cruz, Ivan Lins ou Salvador Sobral. Em maio, representará Portugal na Eurovisão com ‘Saudade, Saudade’, estando neste momento no top 15 de favoritos à vitória.
Estudou nos Estados Unidos, lançou cinco discos num ano e agora venceu o Festival da Canção. Quem é Maro? - Expresso
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