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Friday, August 5, 2022

Morreu o escritor e humorista brasileiro Jô Soares - Público

Jô Soares, o popular humorista brasileiro, um dos ícones da comédia no seu país, morreu na madrugada desta quinta para sexta-feira. Apresentador de televisão, actor, encenador, realizador, escritor, pintor, músico, dramaturgo, tradutor, entre muitos outros ofícios ao longo de uma carreira de mais de seis décadas, tinha 84 anos. Estava internado, desde o final de Julho, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, por causa de uma pneumonia. A morte foi anunciada pela sua ex-mulher, Flavia Pedras, nas redes sociais. A causa da morte não foi ainda revelada. O velório do humorista será reservado apenas para família e amigos próximos, afirmou Flavia Pedras.

Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente da República, já endereçou condolências à família do humorista, através de uma nota publicada esta sexta-feira página oficial da Presidência da República: “Os seus sketches ficaram famosos, algumas expressões entraram mesmo na linguagem corrente, fez-nos rir e pensar durante anos, um grande obrigado a Jô Soares, que hoje saiu de cena, mas não dos nossos corações, nem das nossas memórias”.

Carreira de Jô Soares começou na década de 1950 Nuno Ferreira Santos

Jô Soares nasceu a 16 de Janeiro de 1938 no Rio de Janeiro e ficou conhecido pelas muitas facetas numa carreira que começou ainda na década de 1950. Já tinha participado noutros filmes, mas estreou-se mais substancialmente em 1959 no filme O Homem do Sputnik, de Carlos Manga, em que fazia de um agente norte-americano. No início da década de 1960, começou a trabalhar na TV Record, onde fez parte do elenco de Praça da Alegria, da telenovela cómica Ceará contra 007, um grande sucesso, ou a Família Trapo, co-escrita por ele. Na década seguinte, foi para a TV Globo, assumindo-se como a estrela do programa de sketches Faça Humor, Não Faça a Guerra, a que se seguiu Satiricom, Planeta dos Macacos e Viva o Gordo. Em 1976, escreveu, realizou e protagonizou, na pele de várias personagens, o filme O Pai do Povo​, o único filme por ele dirigido.

Veja o Gordo, de 1988, viu-o saltar para a SBT. Foi nesse mesmo ano que se estreou Jô Soares Onze e Meia, que esteve no ar até 1999 e era o formato a que ficou mais associado nos últimos 35 anos: o do talk show nocturno. De volta à Globo, no ano 2000, apresentou até 2016 o Programa do Jô. Nesse ambiente, o cómico mostrava mais a sua faceta de entrevistador, tendo recebido inúmeras personalidades das artes, da política e da cultura brasileiras, mas também vários nomes internacionais.

Apaixonado pelo jazz, lançou em 1972, o seu primeiro disco, Norminha, como a personagem homónima que fazia nessa série. Tinha uma adaptação de One Meat Ball, que tinha sido um êxito americano na voz de Josh White. No seu talk show, acompanhado pelo Sexteto, com quem chegou a gravar, tocava bongó e cornetim, além de cantar, e também piano, guitarra ou saxofone.

Como escritor, foi o autor de romances como O Xangô de Baker Street, de 1995, que foi adaptado ao cinema em 2001, por Miguel Faria Jr., uma produção luso-brasileira com Joaquim de Almeida no papel de Sherlock Holmes e Maria de Medeiros como Sarah Bernhardt. ​A esse seguiu-se, em 1998, O Homem Que Matou Getúlio Vargas​, e depois Assassinato na Academia das Letras e As Esganadas.

Depois de se afastar da televisão em definitivo, Jô Soares manteve uma vida mais reservada. Em 2019, fez uma rara aparição pública para ser homenageado na cerimónia Prémio de Humor. Visivelmente debilitado, o humorista foi a estrela da noite e recebeu palavras de admiração dos comediantes mais conceituados no Brasil, numa gala apresentada por Fábio Porchat, humorista do grupo Porta dos Fundos.

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